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Era uma vez um tempo em que os livros eram copiados à mão, um a um. Ainda não existia a prensa de Gutenberg, que permitiu que nós tivéssemos uma reprodução em maior escala do conhecimento humano existente. Porém ainda existia um problema: se um livro fosse retirado de uma biblioteca ele deixava de ser acessível para outra pessoa.

Nesse meio tempo vieram a mídia impressa (difusão), o rádio, a TV e a internet. Esta última permitiu que a informação não se limitasse mais a um espaço físico. Se uma pessoa baixa um livro outra também pode baixar. Isso deu o poder de produzir e consumir conhecimento de forma mais democrática.

E a comunicação corporativa, a publicidade, o marketing e afins andam ao lado das mídias. Foi assim com o surgimento de cada uma. E de cada uma herdamos referências estéticas e simbólicas. A novela de hoje tem um pé forte na novela do rádio. O comercial dentro do programa de auditório segue o mesmo formato dos comerciais antigos que tocavam nos radinhos de pilha.

Para cada mídia também buscamos referenciais antigos, seja no número de ouvintes, dados do Ibope ou "impressões de páginas" na internet (!). Porém depois de um tempo cada veículo passa a ter sua história. E com a internet não está sendo diferente.

Quando já tínhamos métricas mais ou menos definidas surgem as mídias sociais. Ter 300 seguidores é muito ou pouco? Estamos ainda acostumados com os números dos grandes portais e dos veículos de massa. Compare de forma seca 1.000.000.000 de views com 100 seguidores ou fãs. É uma comparação besta. É como comparar abacaxi com poste, mas o cliente ainda não sabe. E não é culpa dele, afinal é tudo muito novo.

Relevância, KPI, tráfego. "O que fizeram com as minhas métricas tradicionais, como custo por mil e GRP?", pode falar o desesperado e despreparado profissional de comunicação hoje. E agora ainda no momento de transição surgem os dispositivos móveis. As mídias multitelas. TV, rádio e internet. Tudo isso em um tablet, smartphone ou sabe-se lá o que virá por aí. Anúncios que num toque de dedo ligam para um número de telefone ou enviam um brinde para minha casa.

As possibilidades são infinitas, mas quanto mais tempo ficarmos parados nos paradigmas antigos, mais vamos patinar. Isso para não falar na criatividade que anda meio esquecida em troca de fórmulas manjadas de "curta aqui" ou "concorra a este brinde", óbvio que em busca da sua fidelidade. Vamos romper com Gutenberg e começar tudo de novo?

Por Armindo Ferreira, professor universitário, empreendedor e blogueiro. Organiza eventos sobre comunicação digital. Não tem a menor ideia de onde tudo isso vai dar, mas acha que vai ser bem legal. Fonte da ilustração: Fethullah Gulen.
Fonte:blogmidia8

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